Comportamentos em férias
Esta semana de férias trouxe de forma incontornável à minha consciência alguns comportamentos que noutros tempos provavelmente me passariam ao lado. O importante é vivermos de forma descontraída, flexível e aceitar que muitas vezes o contexto determina comportamentos.
O pequeno-almoço
Entro no restaurante e parece que começaram os saldos num supermercado. Lutas desenfreadas por comida “grátis”. Pessoas com os pratos cheios em forma de montanha. Comida que são transportada para as mesas por talentosos equilibristas. Comida que é mais tarde abandonada nos pratos, para os seus donos irem novamente à “caça”, para se encherem novos pratos com mais comida que, nem o vencedor do prémio “o glutão do universo”, conseguiria comer.
Afinal, é comida “grátis”.
No final do pequeno almoço são vários os “saqueadores” que embrulham comida para levar para outros locais. É perfeitamente compreensível… Depois de se comer tanta coisa é natural que daqui a pouco o corpo sinta a fraqueza por falta de alimentos. Profissionais do “saque” embrulham em doses individuais porções de comida para toda a família.
Afinal, é comida “grátis”.
Os elevadores
Descobri um novo truque ensinado por uma turista que de forma orgulhosa dizia à filha “well done”. O truque consiste em carregar em simultâneo nos botões 0 e no botão fechar. Essa combinação mágica de botões faz com o que o elevador não páre em nenhum andar, entre o nosso ponto de partida e o de chegada. “Well done” filha! Os outros que esperem… Assim vamos mais à vontade neste elevador que até levava pelo menos mais 6 pessoas.
Outro mistério é o uso de insufláveis nos elevadores… Enormes crocodilos, cisnes, bóias gigantes, colchões entre outro tipo de “animais da selva” enchem os elevadores, obrigando os “outros” a descerem os andares pelas escadas.
Engane-se se pensa que quem utiliza estes gigantes insufláveis são crianças. Adultos de barba rija ostentam com orgulho os seus enormes adereços de piscina. Imaginem os engarrafamentos que existem nas piscinas com tantos animais selvagens de elevado porte. Deveria haver placas informativas a avisar que os animais são falsos. Afinal de contas, ao longe, parece que a selva veio passar férias nas piscinas do hotel.
Piscinas
Por falar em piscinas. A piscina exclusiva para adultos está cheia de crianças que brincam e chapinham água para todo o lado. Hum, afinal acho que o problema está mesmo nos insufláveis. Os adultos enchem as piscinas, onde as crianças deveriam brincar, com insufláveis, e as crianças como não têm espaço para brincar nas suas piscinas vão para a piscina dos adultos. E os adultos que se comportam como adultos para onde vão?
Afinal são férias
Estes comportamentos são passíveis de serem interpretados das mais variadas formas, mas não deixam de ser as minhas interpretações do que está realmente a acontecer.
Afinal quais são as minhas interpretações?
No tema do pequeno-almoço, permite-me concluir que muitas vezes agimos de forma condicionada. O facto de algo ser grátis determina que o consumo seja exagerado. Se é grátis (que por acaso não é pois está incluído no preço que pagamos quando reservamos a nossa estadia) vamos abusar porque aparentemente não há um custo visível. Neste caso, quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga com as calorias excessivas que são consumidas.
No tema dos elevadores e das piscinas, parece-me demonstrar egoísmo e pouca preocupação com os outros. O importante é satisfazerem as suas necessidades mesmo que isso implique reduzir a liberdade dos outros.
Na área de desenvolvimento humano, aprendemos que comportamentos demonstram necessidades que estão a ser satisfeitas. Quais seriam as reais necessidades por trás destes comportamentos?
Na verdade, isso pouco importa. Afinal são as minhas férias, estou aqui para descansar e não para analisar o comportamento dos outros. Afinal pouco importa o que eu penso pois na verdade são apenas as minhas interpretações.
E quantas mais interpretações podem existir?
INFINITAS, pois na realidade as opções são mesmo ILIMITADAS, como em tudo na vida!
Boas férias a todos!
Respeitem os “mapas mundo” dos outros e sejam FELIZES!